25 de dez. de 2009

Libertem os Ativistas Ambientais

Manifestação em São Paulo faz parte de uma corrente mundial para libertar os ambientalistas detidos durante protesto pacífico O Greenpeace fez um protesto hoje pela manhã, em frente ao Consulado Geral da Dinamarca em São Paulo, para pedir a liberdade de quatro ativistas da organização, presos em Copenhague durante a realização da Conferência do Clima (COP15). Os ambientalistas foram detidos quando participavam de um protesto, absolutamente pacífico, no palácio de Christiansborg, na semana passada. Em um jantar oferecido pela família real dinamarquesa a mais de cem chefes de Estado que participavam da COP, eles esticaram uma faixa com a mensagem: “Políticos falam. Líderes agem”. Mesmo sem julgamento, os quatro podem ficar presos até o dia 7 de janeiro em regime de comunicação restrita, o que significa passar as festas de final de ano longe de suas famílias. Um dos ativistas é do escritório da Dinamarca, os demais são da Espanha, Suíça e Holanda. “O mais injusto dessa prisão é que eles estão pagando por terem representado, em um protesto pacífico, a voz de milhões de pessoas que pediam por um acordo para salvar o clima do planeta”, diz o diretor de campanhas, Sérgio Leitão. Os escritórios do Greenpeace na Espanha, Holanda, Noruega, Suíça, México, Argentina, Alemanha e Áustria também realizam atividades pedindo a libertação dos ativistas. Em São Paulo, o Greenpeace abriu uma faixa com o pedido em português e inglês, além de entregar uma carta com mais detalhes do caso. Quem são os ativistas presos: Juan Lopez de Uralde é diretor executivo do Greenpeace na Espanha. Pai de uma menina de 13 anos e um garoto de nove anos, ele começou no Greenpeace como voluntário do navio Rainbow Warrior no início dos anos 90. Nora Christiansen é norueguesa, mas trabalha no escritório do Greenpeace na Dinamarca, há 10 anos, na área de captação de recursos. Ela é mãe de duas crianças. Christian Schmutz começou como voluntário em 2003 e hoje é coordenador da área de logística do Greenpeace na Suíça. É pai de um menino de dois anos. Joris Thijssen, trabalha no escritório central do Greenpeace, na Holanda. Ele é coordenador da campanha do clima.

10 de dez. de 2009

4 de dez. de 2009

Aquele que acredita / Lanza del Vasto

Aquele que acredita que se pode chegar à Verdade pela especulação e pelo cálculo, jamais descobrirá a evidência. Ao Uno não se chega pelo cálculo. O intelecto não atinge a evidência senão através de um acto de amor. O que a ciência procura é o lucro e a dominação: não a verdade mas sim o fruto. É então a mais formidável renovação do pecado original com a sua consequência lógica: a morte. O nosso corpo é o único instrumento de penetração da natureza; um instrumento de conhecimento da realidade ao mesmo tempo que um instrumento de realização de ideias. A sensação nunca nos engana; somos nós que, por vezes, a interpretamos erradamente. O céu está nos nossos olhos, a luz na nossa inteligência. Nós obedeceremos a bons mestres, se eles o são, e nós os forçaremos a serem bons desobedecendo quando eles deixam de o ser. Quando ao meu companheiro que me pergunta se deve andar nu, eu respondo: o erro do naturista, daquele que vê a sociedade como falsa e má e se esforça por a rejeitar em bloco, como dos reformadores que procuram "arranjos" políticos ou económicos parciais, é de querer resolver os problemas no plano onde eles se colocam. Nem a verdade nem a solução se encontram nesse plano. Resolver um problema ou um conflito, é elevar-se e elevar as gentes a um plano onde o problema já não se coloca. É preciso aprender a estar "no mundo" sem ser "do mundo". A não violência não consiste em recusar toda a autoridade porque a autoridade se exerce geralmente pela violência. O problema não é fundar uma comunidade sem regras nem chefes, o que é impossível, mas de ter regras e chefes não violentos, isto deve ser concebido e em seguida feito. Nós pensamos que nenhum homem livre tem o direito de punir um outro. O homem livre é aquele que conhece a Lei, reconhece a sua falta e se pune a si mesmo. Qualquer um que é testemunha de uma falta não o deve denunciar, mas ele deve encontrá-lo em segredo e pedir-lhe em nome da Regra para reparar a sua falta. Se o culpado resiste, a testemunha deve tomar sobre si próprio a reparação. Toda a justiça da Ordem se baseia sobre esta prática: é a jóia da Regra.

A arte de ser feliz / Cecília Meireles

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco. Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto. Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde, e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse. E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz. Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Ás vezes, um galo canta. Às vezes, um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino. E eu me sinto completamente feliz. Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

28 de nov. de 2009

Súplicas pelo Planeta Terra

Dois seres tão distintos como um Monge e o Rei do Pop clamam pela Terra, suplicam pelo despertar da consciência humana. Expressões e formas tão distintas que traduzem o clamor como uma oração. O que podemos fazer pelo nosso ninho Terra que navega nos conduzindo pelo Universo?

Canção da Terra / Michael Jackson

21 de nov. de 2009

26 de out. de 2009

"a história das coisas"

A história das coisas é um documentário muito bem elaborado. Ajuda na compreensão sobre a crise humana-ambiental-planetária e nos sensibiliza para as mudanças que precisam ser feitas urgentemente do pessoal ao coletivo, do humanitário ao institucional, dos países aos grupos econômicos. Nós não temos outro planeta para morar e não queremos ver nossa espécie exterminar. Então vamos sair por aí ajudando, orientando, sensiilizando, trabalhando. Somos uma mesma família e precisamos superar nossas limitações, desentendimentos e conflitos.

12 de out. de 2009

11 de out. de 2009

O ECO

-Cecília Meireles- O menino pergunta ao eco Onde e que ele se esconde, Mas o eco só responde: “Onde? Onde? “ O menino também lhe pede: “Eco, vem passear comigo!” Mas não sabe se o eco é amigo Ou inimigo. Pois só lhe ouve dizer: “Migo!”
O Pássaro Cativo Armas, num galho de árvore, o alçapão; E, em breve, uma avezinha descuidada, Batendo as asas cai na escravidão. Dás-lhe então, por esplêndida morada, A gaiola dourada; Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo: Porque é que, tendo tudo, há de ficar O passarinho mudo, Arrepiado e triste, sem cantar? É que, crença, os pássaros não falam. Só gorjeando a sua dor exalam, Sem que os homens os possam entender; Se os pássaros falassem, Talvez os teus ouvidos escutassem Este cativo pássaro dizer: “Não quero o teu alpiste! Gosto mais do alimento que procuro Na mata livre em que a voar me viste; Tenho água fresca num recanto escuro Da selva em que nasci; Da mata entre os verdores, Tenho frutos e flores, Sem precisar de ti! Não quero a tua esplêndida gaiola! Pois nenhuma riqueza me consola De haver perdido aquilo que perdi ... Prefiro o ninho humilde, construído De folhas secas, plácido, e escondido Entre os galhos das árvores amigas ... Solta-me ao vento e ao sol! Com que direito à escravidão me obrigas? Quero saudar as pompas do arrebol! Quero, ao cair da tarde, Entoar minhas tristíssimas cantigas! Por que me prendes? Solta-me covarde! Deus me deu por gaiola a imensidade: Não me roubes a minha liberdade ... Quero voar! voar! ... “ Estas cousas o pássaro diria, Se pudesse falar. E a tua alma, criança, tremeria, Vendo tanta aflição: E a tua mão tremendo, lhe abriria A porta da prisão... Olavo Bilac Do livro: Poesias Infantis, Ed. Francisco Alves, 1929, RJ